11° Women in Information Technology: prontas para mais uma década!
O Women in Information Technology (WIT) é uma iniciativa da SBC para debater assuntos relacionados às questões de gênero na Tecnologia da Informação (TI) mediante o compartilhamento de histórias de sucesso, análise de políticas de incentivo e troca de estratégias para engajar e atrair jovens, especialmente mulheres, para as carreiras associadas à TI. O evento ocorre anualmente há mais de uma década (saiba mais sobre o histórico do WIT clicando aqui) e sua décima primeira edição foi organizada pelas professoras Sílvia Amélia Bim (UTFPR) e Tanara Lauschner (UFAM) e aconteceu nos dias 4 e 5 de julho durante o XXXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC), na Universidade Presbiteriana Mackenzie Campus Higienópolis, em São Paulo.
“Organizado na forma de palestras convidadas e painéis, o workshop é centrado em debater problemas relacionados à mulher e ao seu acesso à TI, tanto do ponto de vista de mercado de trabalho quanto de inclusão e alfabetização digital. Os temas abordados se concentram na necessidade de educar, recrutar e treinar mulheres, como uma política estratégica para o desenvolvimento e competitividade nacional e regional.” – 11° WIT
Neste ano, a programação intensa do WIT teve início na manhã do primeiro dia com duas palestras internacionais, Gabriela Marín-Raventós (Costa Rica) e Fernando Schapachnik (Argentina), nas quais foi possível compreender melhor os desafios específicos da América Latina para atrair mais mulheres para a TI, e ainda mais duas palestras da indústria mostrando as iniciativas das empresas Dell e IBM relacionadas à equidade de gênero e protagonismo feminino no Brasil e no exterior.
No período da tarde, foi realizada uma sessão de pôsteres no hall do CSBC¹, onde 28 trabalhos sobre gênero e tecnologia de todas as regiões do país foram socializados com a comunidade do evento. Esta foi a segunda vez que o WIT realiza uma chamada de trabalhos, abrindo novos espaços na academia brasileira para o debate do tema na computação. Para conferir os anais do evento, basta acessar o endereço: http://csbc2017.mackenzie.br/anais/eventos/11-wit.
O segundo dia de evento contou com a realização de três oficinas pelo Programa Meninas Digitais: uma oficina de princípios computacionais com contos lúdicos, a segunda oficina de programação com alunas de escolas de São Paulo em parceria com o PyLadies e a última, uma oficina de roteirização de histórias de mulheres da computação em parceria com a UPWIT aberta para a comunidade do evento.
Também foi realizada uma reunião estratégica do Programa Meninas Digitais com a presença de 16 projetos parceiros do programa de norte a sul do país. O Programa Meninas Digitais anunciou uma série de novidades, tais como o mapa de projetos e a facilitação do Cadastro de Projeto Parceiro do Programa via formulário online e debateu os desafios de coletar dados a nível nacional e disponibilizar recursos e materiais com a comunidade.
Para encerrar a programação, foi realizado o tradicional Painel do Fórum Meninas Digitais com a temática “Projetos e ações para inclusão de meninas nas áreas tecnológicas: regando jardins” e a presença de representantes da Google, das iniciativas PrograMaria e Meninas Olímpicas, e dos projetos parceiros ItGirls, Digital Girls in Rio, Gurias na Computação e Meninas Digitais Regional Mato Grosso. A discussão seguiu acalorada até o início da noite, tocando em temáticas como critérios de inclusão em ações, protagonismo juvenil nas ciências e computação, ações afirmativas, feminismo e diversidade, machismo no ambiente acadêmico e de trabalho, entre tantos outros.
Além de tudo isso, o WIT contou com a presença da professora Dra. Claudia Bauzer Medeiros, fundadora do evento, que em sua fala salientou alguns dos grandes desafios do sexismo nas pesquisas, não só da área de computação, exemplificando como pesquisas na área médica realizadas majoritariamente com ratos machos podem prejudicar e causar danos sérios às mulheres.
Após dois dias vigorosos de atividades com salas sempre lotadas e mais questões abertas a serem discutidas do que respostas fixas no tempo-espaço, fica claro que o evento ainda tem grande energia para (muitas) futuras edições e que a área de pesquisa de Mulheres e Diversidade de Gênero na Computação² é um campo muito fértil.
Texto por Karen Ribeiro.
1 Chamada de Trabalhos sob coordenação de Claudia Cappelli (UNIRIO) e Luciana Salgado (UFF)
2 Diversidade de Gênero na Computação também foi tema de um grande painel no SECOMU nesta edição do CSBC.